Futebol

Vanderlei Luxemburgo não tem ética?

Wilame Prado

pradowil@gmail.com

Foi confirmada, na sexta-feira (22), a contratação do atacante Kleber (ex Necaxa-MEX) pelo Santos, para a surpresa dos palmeirenses. Isto porque, segundo o empresário do jogador, já estava tudo certo para Kleber vestir a camisa alviverde.

Por meio dessa notícia, abriu-se então um debate sobre a ética no futebol. O que muitos jornalistas afirmam é que a ligação telefônica do técnico santista, Vanderlei Luxemburgo, ao jogador influenciou e muito na decisão de jogar pelo Peixe. E não é de se duvidar mesmo, já que esta prática já tinha sido realizada outrora por Luxa.

Para convencer Kleber, Luxemburgo disse a ele que o projeto do Santos teria como meta a conquista do Brasileirão, conseqüentemente, uma vaga à Libertadores da América de 2008. Isso pode ter influenciado Kleber, um dos maiores artilheiros de toda a história do Atlético Paranaense.

Mas, no fim das contas o que pesou mesmo foi a questão salarial. Kleber receberá por mês, no mínimo, R$ 40 mil a mais no Santos do que no Palmeiras. E dinheiro, meu amigo, move montanhas e corrompe qualquer ética futebolística.

Portanto, creio que para o recordista em títulos Vanderlei Luxemburgo não faltou ética. Ele, na verdade, criou sua própria ética, cujos interesses do clube prevalecem acima de qualquer relação cordial com outros times. Em sua trajetória pelo futebol, percebe-se claramente que Luxa tem um imenso poder empreendedor, onde acaba tornando-se técnico, dirigente, empresário e até presidente dos clubes que passam. E como recompensa dessa estratégia de guerra, os títulos aparecem, junto, é claro, com a apatia que a maioria das pessoas sentem por ele.

De qualquer modo, acredito que os palmeirenses mais sensatos já nem se importam tanto com isso. As honras em vestir uma camisa gloriosa se perderam. Casos típicos como o do ex-palmeirense Magrão, que virou corintiano, e tantos outros, só deixam às vistas que o futebol virou, há muito tempo, mais uma mercadoria do sistema capitalista vigente. Já imaginaram um ídolo santista, como o Maldonado, por exemplo, decidir vestir a camisa do São Paulo? Seria doloroso para a nação santista, mas, faz parte do jogo