quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Futebol

O fator Acosta


Bruno Isboli
Para quem viu os dois primeiros jogos do Corinthians no Campeonato Paulista e a eliminação precoce na Copa São Paulo, já pensou que seria um ano turbulento para o time rebaixado no Campeonato Brasileiro de 2007. Mas levando em conta o jogo contra o Paulista, na ultima quarta feira, no Morumbi, já percebe que o trabalho de Mano Menezes começa a dar frutos, ainda que precocemente. Muito se deve a atuação de Acosta. O uruguaio, destaque no Brasileirão do ano passado e um dos 14 novos contratados, fez uma belíssima atuação diante do time de Jundiaí, e pelo menos por enquanto, pode ser a alternativa que Mano Menezes procurava para preencher o meio campo corinthiano, já que os contratados Marcel e Alessandro não vem dando conta de municiar o artilheiro Finazzi. Tão bela a atuação do meia, que foi coroada com um golaço de letra, que o próprio chamou de “Gol de Taco”, expressão uruguaia para gol de letra ou de calcanhar.


Acosta, apesar de só aparecer agora com algum destaque no futebol brasileiro, já é rodado. O meia, apelidado de Lula Molusco, já tem 30 anos e rodou por vários times obscuros no futebol uruguaio. Até que foi contratado no ano passado para defender o Náutico, recém promovido à divisão de elite do futebol brasileiro. Acosta logo caiu nas graças da torcida e foi um dos principais responsáveis pela arrancada do Timbu no nacional, livrando o time do rebaixamento. Boas atuações e a vice-artilharia do campeonato premiaram o meia com uma transferência para o Corinthians.

A fraca estréia contra o Guarani e a desastrosa exibição contra o São Caetano, onde Acosta, atuando como centroavante, fez um gol contra, fizeram com que ele recebesse vaias e criticas da fiel torcida. A partida contra o Jundiaí mudou completamente. Acosta voltou para o meio campo, preenchendo o espaço que antes Marcel e Alessandro não conseguiam assumir. Armou o time, distribuiu passes e aparecia como elemento surpresa na cara do gol. Apesar de escalado na frente, Acosta percebeu que renderia como no Náutico, vindo de trás e, apesar da grande estatura, o uruguaio mostra que é um autêntico camisa 10, coisa cada vez mais rara no Brasil. Se a cada partida o meia entrosar com o time e entrar em forma, estaremos diante de um grande ídolo da nação corinthiana, ídolo que a torcida está carente a muito tempo.

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